No dia 25 de abril de 2016, 42 anos após a famosa revolução pacífica portuguesa, eu e o Emanuel decidimos sair de casa e vaguear pelas antigas ruas da Baixa de Coimbra. Devo, antes de tudo, dizer que esta é uma das minhas cidades preferidas no mundo, cada passo uma historia da vida boémia dos estudantes, cada inspiração uma lufada de tradição, cada som um fado sobre a saudade. Coimbra é especial por várias razões, é um simbolo académico, é as capas pretas dos jovens, é as luzes refletidas no Mondego, é o conhecimento espalhado pelos milhares de livros da biblioteca joanina. A Baixa desta cidade não peca no encanto. Apesar de ter outra magia à noite, enquanto o sol brilha as ruas destacam-se pelas pinturas de tirar a respiração nos edificios, pela sobreposição das casas até à Alta, pelas casas antigas com fachadas e elementos arquitetónicos belíssimos e pelas pequenas referencias típicas portuguesas como uma casa revestida a azulejos azuis e brancos.
Passeando pelas ruas largas cobertas pela calçada portuguesa e pelas ruas estreitas cheias de segredos características da Baixa, encontrámos o Mosteiro de Santa Cruz ao lado de uma multidão que esperava festejar este aniversário da Revolução dos Cravos. Uma banda aparece e enche as ruas de musica, as pessoas seguem-na ou olham admiradas para os instrumentos, algumas com cravos na mão, outras à procura de roubar um (eu).
Na zona comercial, eu e o Emanuel encontrámos uma loja muito original que incluía um avião no teto, livros voadores, posters dos anos 50 à moda americana e uns provadores fantásticos.
No final da tarde consegui finalmente arranjar um cravo para complementar o dia e passeámos pelo parque verde com a bela vista para o rio. Encantar-se é fácil por aqui, mesmo sem visitar os maravilhosos monumentos, especialmente com uma boa companhia como a minha.